sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Mais um tijolo na parede"


Esses dias veio um amigo da adolescência da minha mãe em casa. E vendo eles ali rindo lembrando das coisas que faziam, vendo o olhar de felicidade misturado com saudade, o eterno clichê “Como aquele tempo era bom”, da minha mãe; me fez parar pra pensar: Será que quando eu tiver minha família, meus filhos, “minha vida”, algum amigo irá me visitar só por estar com saudades? Será que meus filhos vão chamar meus amigos de tio?
Menos que isso. Será que o “grupo” continuará o mesmo ano que vem?
É, a vida inteira passei reclamando daquela porra de colégio, mas pensando bem, foi graças ao colégio que “tudo aconteceu”. Conheci as piores dores juntamente com as piores pessoas. Mas, conheci também o significado de um abraço, as melhores risadas, E qualquer dor ou sentimento ruim que poderia sentir, conheci as melhores pessoas para suportar tudo comigo.

De repente me bateu uma saudade da 6° série, lembrando dos ensaios da apresentação de geografia. Ou mesmo das vezes que cheguei atrasada na 8° série por ir com uma amiga levar o irmão pra escola. Das aulas de teatro no 1° ano e da nossa apresentação fail. Dos ensaios de “coco jambo” no 1° bloco do 2° ano, das conversas constrangedoras com os meninos, e nada se compara à vez que eu e as meninas do 2° ano ficamos presas no banheiro no cinema. E tudo o mais que aconteceu que não cabe aqui colocar.
Ah! E o último ano? Bléh!
O que mais esperei e como tudo que esperamos de mais, a decepção foi grande no começo, confesso. Até que parei pra pensar que eu só reclamei, reclamei, reclamei. E isso me levou á opiniões precipitadas e brigas indesejadas. Porém, já dizia o poeta “no final tudo dá certo” e realmente deu. Pena que foi só no final!
E agora analisando os detalhinhos, percebi como esse ano (o último) foi realmente fantástico, e como tudo isso vai fazer falta, como vai!
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Dez meses aproximadamente, Dez meses foram o suficiente para as brigas mais idiotas, as lágrimas mais doloridas. as brincadeiras mais insanas, os abraços mais fortes, os olhares mais compreensíveis, as amizades mais verdadeiras. Dentro destes, quatro meses foram os mais inexplicáveis e incomparáveis. Cronologicamente quatro meses é pouco, muito pouco. Mas se eternizaram pela intensidade de tudo.

Poderia ter sido muito melhor, eu sei que sim, todos sabem. Mas do que adianta reclamar agora?
Eu só queria que esse ano demorasse um pouquinho mais pra acabar, só um pouquinho.

Hey você, olhe para mim;
hey você, antes de ir embora essa noite, me dê um abraço, o mais forte que conseguir;
hey você, se cuide;
hey você, obrigada, por tudo;
hey você, não vá!

Sempre soube que esse dia chegaria, só não imaginava que doeria tanto. 
Mandar um beijo para o passado e seguir em frente é o que temos que fazer. Um capítulo é encerrado para todos, mas a história está apenas começando.
Pode ate ser o ‘fim de uma década’
Mas é também o início de uma era e é com isso que temos que nos importar agora!


(Andresa Viotti!)