segunda-feira, 2 de abril de 2012

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Encostada em apenas um travesseiro “velho” ela remexia no seu antigo baú do colegial, encontrara uma foto, e se pegou sorrindo para ela, mas o sorriso cessou ao passar os olhos ‘nele’. Então, com os olhos fixados ali, uma lágrima caiu. Afinal, tudo poderia estar diferente, mas “ele” havia tomado sua decisão, e ela não sabia por onde ele andava ultimamente. De repente se viu sentada na 1° cadeira da sala, e quem estava ali? HAHA! E estavam felizes, foi onde ela começou a chamá-lo de “amigo”, porém uma vírgula o fez agir como um “monstro”, assustada e um tanto quanto envergonhada, pois sabia que tinha uma parcela de culpa, se encostou em seu travesseiro e chorou.
A cena mudou, agora ela sentava na ‘cadeira da porta’, não era mais idiota como antes, seus pensamentos amadureceram, suas opiniões foram reformuladas. Ela simplesmente ria de tudo, assim como chorava. E mais uma vez ele era, doce, meigo, simpático, carinhoso e engraçado, porém era também machista, egoísta, falso (...).  Mas, ninguém nunca esperou muito dele mesmo. E ela se pegou em uma noite qualquer sorrindo sobre seu travesseiro.
A cena mudou novamente, agora ela se sentava no fundo e o observava puxando saco dos puxa-sacos dos popularzinhos. É, ele sempre teve essa necessidade de atenção. Mas dessa vez a indiferença tomou conta dela. Simplesmente descansou a cabeça em seu travesseiro e teve uma bela noite de sono.
Agora já estava no ultimo ano do colégio, tentava se prender nos primeiros 3 dias de aula. Mas, as lembranças dos outros, eram mais forte. Houve uma época que ela se importaria com isso. Então, simplesmente adormeceu.
Voltando ao seu quarto, com a foto na mão, repetiu para si mesma, que não se prenderia aos momentos ruins, e sim aos bons, que apesar das brigas, sempre foram mais fortes.
Deu um leve sorriso, mirou seu travesseiro e deitou sobre ele como jamais fizera. Afinal, era apenas um objetivo, mais fora esse objeto que suportou tudo com ela. Suas lágrimas, risos, apertos, abraços, seus sonhos e pesadelos. E nunca precisou ser nada além de um velho e surrado travesseiro.


Escrito em uma época que faria sentido
Maio de 2011